MZ e Realidade
O MANAGERZONE E AS REALIDADES

Há alguns dias esteve rolando no Talk o tópico “ManagerZone”, que levou aos dirigentes a seguinte pergunta: “Porque você joga ManagerZone?” Dentre as mais variadas respostas, entre trocadilhos e sinceridades, foi visível que esta pergunta não é tão fácil de ser respondida.

O ManagerZone simula uma realidade em que você tem o poder de dirigir, bem ou não, seu próprio time esportivo. Levando em consideração que jogar MZ não é obrigatório (claro!), ele pode ser classificado como uma forma de lazer, em que se entra nessa realidade onde você realmente se sente dentro deste mundo. Acredito que o que faz realmente os dirigentes se sentirem em casa é a grande e indispensável relação entre os participantes de todos os cantos do mundo. Particularmente acho errado, e por isso não deixo de ter vida social por causa do MZ ou qualquer outra coisa do tipo.

Além de uma forma de lazer, o ManagerZone é para mim uma outra realidade que eu posso usar para esquecer um pouco das coisas do dia-a-dia e realmente me preocupar com aquele jogador que não está se desenvolvendo ou com o tal técnico que não quer vir de jeito nenhum. Quando faço meu login, entro em outra realidade. Considero a Federação como meu trabalho, a The Zone meu jornal, meu time é meu filho (como citado na edição 177) e os jogadores meus grandes amigos, com quem até converso durante o jogo... Sem contar os amigos próximos que jogam o MZ. Essa minha realidade é totalmente oculta no meu dia-a-dia “out game”, pois tenho receio de que algo estrague essa minha motivação de jogar.

Acredito que um dia vou abandonar este meu filho, mas não espero fazer isso antes de ele estar grande e forte. Claro que um time sem cuidados no MZ é suspenso após um tempo, mas quando chegar o sentimento de missão cumprida, não terei receio de fazê-lo.

Para os leitores que estão pensando que minha vida é ruim para precisar de uma outra realidade, eu digo que todos precisam de sua realidade paralela... Tenho uma namorada linda, estudo na melhor escola da cidade, tiro notas boas e não passo nenhum tipo de necessidade. E mesmo assim a vida não é fácil, mas até se fosse seria boa essa outra realidade, mas por quê? Porque todo mundo precisa de um lugar onde ele pode sonhar, conquistar e viver aventuras! Não acredito que uma pessoa que se diga feliz e não tem um momento de maluquices e descontração espontânea, seja realmente feliz. E que lugar melhor que o ManagerZone para viver esta fantasia? Ganhar prêmios, reconhecimento, desde o primeiro troféu da oitava divisão ao título brasileiro, e ainda melhor, você não está sonhando sozinho!

Se você joga por outro motivo, não tem problema, mas se algum dia quiser “viver” esta louca experiência que é acreditar neste mundo, sinta-se em casa.


Por caiomoretti
Caio Reis

Sabino, um Jogador
SABINO, UM JOGADOR

Olá, meu nome é Sabino Gerber. Estou aqui para contar a história da minha vida de jogador.

Eu cheguei num clube pequeno da sétima divisão, como juvenil com 15 anos de idade. Por conta da idade talvez, o dirigente me olhou de alto a baixo e percebeu que eu era ainda um jogador de técnica bem inferior. Meu atributo maior era 2 em Chute. Logo, os treinadores perceberam que o jeito era fazer de mim um atacante.

No dia seguinte, cheguei ao CT de manhãzinha para fazer uns testes e já pela tarde comecei a treinar Chute. Era muito difícil a jornada naquele clube sem muita estrutura. Eu treinava sem parar e foi só depois de muito tempo que consegui a minha décima bolinha em Chute; isso sem treinador me apoiando plenamente.

Naquele dia, sentei ao lado do gol para descansar. O dirigente do clube se aproximou com olhar de desconfiança e me pediu para que voltasse no dia seguinte bem mais cedo do que de costume para treinar. Respondi que já tinha 10 em Chute, mas ele retrucou, falando que um atacante não era formado só por esse atibuto. Então compareci no outro dia para treinar Controle de Bola. Meses se passaram de treinamento árduo, e então ganhei a minha sétima bolinha em Controle. No dia seguinte, o meu terror: já não conseguia treinar mais. O dirigente, como uma das poucas vezes, dirigiu-se a mim com um olhar de esperança e disse-me:

- Reze para que não esteja maximizado, meu bom garoto.

Um treinador foi enviado para me auxiliar nos treinamentos e com ele a notícia de que estava travado. Fui embora arrasado naquele dia, pensando o que seria de mim dali em diante. Comecei a treinar Velocidade desde o começo com o treinador, para não perder mais tempo. A temporada então acabara e eu estava com 4 nesse atributo quando me tornei profissional. Eu já me preparava emocionalmente para sair do clube, mas o dirigente disse que eu continuaria lá, por prazo indeterminado.

O tempo passava, e acabei maximizando com 9 em Velocidade. Estava feliz com minha habilidade, pois quando cheguei neste clube, os outros jogadores caçoavam de meus atributos. Mas eu era perseverante e queria um dia estar atuando entre os melhores clubes do Brasil. Também uma maximização precoce, que me deixou somente com 5 em Resistência. O treinador e o dirigente já nem falavam comigo, nem sequer olhavam para mim. O sonho deles estava acabado, e o meu também. Já estava com 21 anos, treinando Inteligência.

Depois de 9 em Velocidade, 5 em Resistência, 8 em Inteligência, 10 em Chute e 7 em Controle de bola, poderia agora atuar em clubes grandes e ser um artilheiro. Senti que no fundo o dirigente do meu clube-mãe gostava de mim; isso foi quando fui negociado com um clube de 4ª divisão.

Hoje, depois de ter passado por clubes da 2ª divisão, senti a dificuldade de ter pouca Resistência. Com 32 anos de idade, atuo num clube de 3ª divisão, e no final desta temporada vou me despedir dos gramados. Agora olho para trás e vejo que as broncas severas e treinamentos rigorosos dos treinadores que me formaram foram essenciais para a minha carreira. Consegui muitos títulos entre Copas Especiais e Ligas Oficiais em vários países e estou atualmente num clube brasileiro. Vou me aposentar com um salário de 28 mil reais. Me sinto realizado.


Por luime
Luíz Guilherme

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